Governo estuda reduzir tarifas de importação para alimentos
Medida visa baratear preços e estimular produção.
Notícia publicada em 24/01/2025 16:17 - #economia
O governo brasileiro está considerando a possibilidade de reduzir o Imposto de Importação para alguns alimentos, com o objetivo de diminuir os preços no mercado interno. Essa informação foi divulgada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (24). O ministro explicou que essa medida pode ajudar a alinhar os preços dos alimentos no Brasil com os preços internacionais, tornando-os mais acessíveis para a população.
Durante a coletiva, Rui Costa destacou que o governo já está realizando estudos para entender como essa redução de tarifas pode impactar o mercado. Ele afirmou que, ao tornar a importação de certos produtos mais barata, haverá um incentivo para que empresas importem esses alimentos, o que pode resultar em uma redução dos preços dos produtos no mercado interno. “O preço se forma no mercado, o mercado é competitivo. Se nós tornamos mais barato a importação desses produtos, vão ter vários fatores econômicos do mercado importando esses produtos”, disse o ministro.
Essa proposta de redução de tarifas não é nova. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lembrou que uma medida semelhante foi adotada no ano passado, quando o governo zerou a tarifa de importação do arroz. Essa ação foi necessária para garantir o abastecimento do produto após as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, que é responsável por 70% da oferta nacional de arroz. Fávaro enfatizou que o governo não deseja fazer intervenções drásticas no mercado, mas sim garantir que os preços dos alimentos no Brasil não sejam mais altos do que os preços internacionais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participou de uma reunião no Palácio do Planalto para discutir estratégias que possam ajudar a reduzir os preços dos alimentos no país. Essa questão se tornou uma prioridade para o governo, especialmente após Lula afirmar que a redução dos preços dos alimentos será uma das principais metas da gestão em 2025.
Rui Costa também deixou claro que o governo não pretende adotar medidas que possam ser consideradas não convencionais, como subsídios ou tabelamento de preços. A ideia é focar no estímulo da produção agrícola local e em políticas públicas que já estão em vigor. Ele mencionou que, com as condições climáticas favoráveis, há uma expectativa de que a safra de grãos deste ano seja recorde, com um aumento de 8% a 10% na produção, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Carlos Fávaro reiterou que, em relação ao arroz, a produção deve aumentar entre 12% e 13% em comparação ao ano anterior. Ele observou que, embora os preços do arroz ainda não estejam nos níveis ideais para a população, já houve uma queda significativa em relação aos preços praticados anteriormente. Isso demonstra que o estímulo à produção está começando a surtir efeito.
Além das medidas relacionadas à importação, Rui Costa também mencionou que o Ministério da Fazenda está estudando maneiras de reduzir os custos associados ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia comentado sobre a possibilidade de diminuir as taxas de vales-refeição e alimentação, o que poderia ajudar a tornar a comida mais acessível para os trabalhadores.
Rui Costa explicou que a ideia é que essa redução de taxas possa beneficiar os trabalhadores, permitindo que eles utilizem seus cartões de alimentação sem perder uma parte significativa do valor. Ele destacou que, se essa medida for implementada, cerca de 22 milhões de trabalhadores que recebem esse benefício poderão ver uma melhoria em seu poder aquisitivo, facilitando a compra de alimentos no supermercado.
Em resumo, o governo brasileiro está buscando formas de reduzir os preços dos alimentos por meio da diminuição das tarifas de importação e do estímulo à produção local. Essas ações visam garantir que os brasileiros tenham acesso a alimentos a preços justos, alinhando os preços internos com os internacionais e melhorando a qualidade de vida da população.