BYD implementa vigilância após denúncias de abusos
Medidas de vigilância foram adotadas pela BYD.
Notícia publicada em 24/01/2025 00:00 - #sociedade_comportamento
A BYD, uma das maiores fabricantes de carros elétricos do mundo, começou a monitorar seus funcionários em uma obra na Bahia após denúncias de maus-tratos. A empresa instalou câmeras de segurança e adotou outras medidas para evitar vazamentos de informações sobre as condições de trabalho. Essa decisão foi tomada após a interdição da obra e o resgate de 163 operários chineses que estavam em condições análogas à escravidão.
De acordo com uma reportagem da Agência Pública, a BYD colocou 135 câmeras em diferentes áreas da obra, incluindo espaços administrativos e galpões. Além disso, foram fixados cartazes proibindo a captura de fotos nesses locais. A empresa também implementou um software que marca documentos compartilhados externamente, permitindo rastrear a origem de possíveis vazamentos.
Essas ações foram comunicadas aos funcionários em um e-mail enviado em dezembro, onde a empresa afirmou que as medidas visam proteger informações sensíveis. No entanto, trabalhadores relataram um clima de intimidação e uma "caça às bruxas" para identificar quem fez as denúncias sobre as condições de trabalho.
As denúncias revelaram que os operários viviam em alojamentos insalubres, sem equipamentos de proteção e enfrentando longas jornadas de trabalho. O Ministério Público do Trabalho (MPT) interveio, resultando na interdição da obra e no resgate dos trabalhadores, que foram vítimas de tráfico internacional de pessoas. Após a autuação, a BYD encerrou o contrato com a construtora responsável pela obra e contratou uma empresa brasileira para realizar as adequações necessárias.
A situação levantou preocupações sobre a violação de direitos humanos e a exploração de trabalhadores, especialmente em um projeto que envolve um investimento significativo no Brasil.