Policial Militar é Preso por Assassinato de Delator em SP
Policial é preso por envolvimento em assassinato.
Notícia publicada em 22/01/2025 10:17 - #política
A Polícia Militar de São Paulo está passando por um momento conturbado após a prisão de um policial militar suspeito de ser um dos atiradores no assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach, um delator que foi executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro do ano passado. Com essa nova detenção, o total de pessoas presas em conexão com o caso chega a 26, sendo que 17 delas são policiais militares.
A prisão do policial ocorreu na terça-feira, dia 21, na sede do 20º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, localizado em Barueri. Após a detenção, o suspeito foi encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) confirmou a prisão e destacou a importância da investigação em andamento.
Detidos e Investigações
A investigação sobre o assassinato de Gritzbach está sendo conduzida por uma Força-Tarefa que envolve o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), além das corregedorias das polícias civil e militar. Na última quinta-feira, dia 16, uma operação da Corregedoria resultou na prisão do primeiro policial militar identificado como um dos atiradores. Imagens de câmeras de segurança do aeroporto mostraram dois homens saindo de um carro e disparando contra Gritzbach.
Além do primeiro policial, mais 14 PMs foram detidos por suspeitas de envolvimento com o crime organizado e por prestarem serviços de segurança ilegal ao delator. Durante a mesma operação, a namorada do homem apontado como olheiro do crime também foi presa. Ela, de 28 anos, é acusada de comercializar drogas que pertenciam ao namorado, Kauê do Amaral Coelho, que está foragido e possui um mandado de prisão expedido.
No dia seguinte, um homem de 22 anos foi detido por sua relação com Kauê e por associação ao tráfico de drogas. Em outra ação, um tenente da PM foi preso por ser o condutor do veículo utilizado na execução do crime, um Gol preto, que transportava os dois policiais militares identificados como autores dos disparos.
Motivo do Assassinato
A delegada Ivalda Aleixo, que dirige o DHPP, informou que a polícia está investigando duas linhas principais para identificar o mandante do assassinato de Gritzbach, e ambas as linhas apontam para membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). Gritzbach, que havia sido acusado de lavagem de dinheiro e de ter ordenado a morte de duas pessoas ligadas ao PCC, fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março de 2024.
Embora o conteúdo da delação seja sigiloso, em outubro do ano passado, o MP enviou à Corregedoria da Polícia Civil partes do documento em que Gritzbach denunciava policiais civis por extorsão. Ele foi ouvido na Corregedoria no dia 31 de outubro, apenas oito dias antes de ser assassinado. Além disso, Gritzbach também revelou um esquema de lavagem de dinheiro utilizado pelo PCC, o que pode ter motivado sua execução.
A situação é alarmante, pois revela a possível infiltração de membros do crime organizado dentro das forças de segurança pública. A continuidade das investigações é crucial para esclarecer todos os detalhes do caso e responsabilizar os envolvidos, tanto os executores quanto os mandantes do crime. A sociedade aguarda respostas e justiça em um caso que expõe a complexidade das relações entre crime e segurança pública em São Paulo.