Ministra das Mulheres é acusada de assédio moral

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, está sendo investigada por denúncias de assédio moral e xenofobia feitas por ex-servidoras de sua equipe. As queixas foram enviadas à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República. Os relatos incluem ameaças de demissão, cobranças excessivas e tratamento hostil, o que pode caracterizar assédio moral.

O Estadão teve acesso a cinco denúncias formais, que incluem dossiês e gravações de reuniões internas. Além de Cida, outras funcionárias do ministério também foram acusadas, como a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi, e a corregedora interna, Dyleny Teixeira Alves da Silva. As denúncias surgiram após um desentendimento entre Cida e a ex-secretária nacional, Carmem Foro, que foi exonerada em agosto de 2024.

As ex-servidoras relatam que, após a saída de Carmem, enfrentaram um ambiente de trabalho hostil, com cobranças por resultados em prazos curtos e falta de acesso à ministra. Cida, em uma reunião, teria afirmado que sabia de tudo o que acontecia nos corredores do ministério e que a hierarquia deveria ser respeitada. Ela também fez comentários que foram interpretados como ameaças de demissão para as servidoras que vieram com a ex-secretária.

A CGU confirmou que as denúncias foram encaminhadas à Comissão de Ética, mas arquivou as queixas contra as outras funcionárias por falta de evidências. O Ministério das Mulheres, por sua vez, alegou que as acusações não têm "elementos concretos" e que não foram formalmente registradas nos canais de denúncia.

Esse caso é o segundo de assédio envolvendo um ministro no governo Lula, após a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, por acusações de assédio moral e sexual. A situação está sendo tratada com discrição pelo governo, e Cida Gonçalves permanece no cargo, sem mudanças em sua equipe.