Rui Costa fala sobre centralidade nas decisões do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou, na última segunda-feira, uma reunião ministerial que durou cerca de sete horas. Este encontro, que começou às 9h30 e terminou por volta das 16h30, foi a primeira reunião do ano e teve como objetivo discutir o planejamento do governo para 2025, além de fazer um balanço das ações de 2024. A reunião ocorreu na Residência Oficial da Granja do Torto, em Brasília, e contou com a presença de todos os 38 ministros do governo.

Após o término da reunião, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, se dirigiu à imprensa para comentar sobre os principais pontos discutidos. Ele destacou uma declaração feita por Lula durante a abertura do encontro, onde o presidente enfatizou que todas as portarias e normas criadas pelos ministérios devem ser analisadas pela Casa Civil antes de serem publicadas. Rui Costa afirmou que é fundamental que haja uma centralidade nas decisões e nos anúncios do governo, independentemente do tipo de instrumento utilizado, seja uma instrução normativa, portaria ou decreto.

Rui Costa também mencionou a importância de que as informações sobre as ações do governo cheguem à população de forma organizada e clara, antes que a desinformação ou as mentiras se espalhem. Ele ressaltou que, em um mundo onde a comunicação acontece em alta velocidade, é essencial que a população receba as explicações sobre as mudanças nas políticas públicas de forma antecipada. O objetivo é garantir que a verdade prevaleça sobre a mentira.

Recentemente, o governo enfrentou uma onda de fake news relacionada a uma atualização na fiscalização do Pix, um sistema de pagamentos instantâneos. Em resposta, a Receita Federal revogou uma norma que ampliava o monitoramento das transações e, em seu lugar, editou uma medida provisória para proibir a cobrança diferenciada por transações realizadas via Pix e em dinheiro.

Quando questionado sobre uma possível reforma ministerial, Rui Costa afirmou que essa é uma decisão que cabe ao presidente e pode ser feita a qualquer momento. Ele destacou que Lula está refletindo sobre o assunto e, por isso, não há previsão ou data definida para o início ou término de uma reforma ministerial.

O foco principal da reunião foi discutir as metas que o governo pretende alcançar ao longo de 2025. Rui Costa afirmou que este será um ano de entregas, onde cada ministro terá suas próprias metas a serem cumpridas, para que a população possa perceber claramente o que foi realizado em termos de políticas públicas.

Além disso, Rui Costa comentou sobre a importância do engajamento dos ministros no diálogo com as bancadas e partidos que compõem a base de apoio do governo. Ele ressaltou que os ministros não são apenas agentes administrativos, mas também políticos, e que é fundamental que eles mantenham um diálogo constante com suas respectivas bancadas.

Em relação ao compromisso fiscal do governo, Rui Costa reafirmou que essa responsabilidade não recai apenas sobre um ou outro ministro, mas sim sobre o presidente e o governo como um todo. Ele lembrou que, no ano passado, foram bloqueados R$ 20 bilhões em investimentos, e que o governo está comprometido em tomar as medidas necessárias para equilibrar as contas públicas, embora não tenha feito anúncios antecipados sobre cortes.

Sobre a questão do dólar, que tem apresentado uma queda lenta nos últimos dias, Rui Costa expressou a expectativa de que essa volatilidade se estabilize nas próximas semanas. Ele observou que, embora o dólar não esteja caindo na mesma velocidade que subiu, acredita que, com a posse do novo presidente dos Estados Unidos e os bons números da economia brasileira, a moeda possa voltar a um patamar mais condizente com a realidade econômica do país.

Em resumo, a reunião ministerial foi um momento importante para o governo Lula, onde foram discutidas estratégias e metas para o futuro, além de reforçar a necessidade de uma comunicação clara e eficaz com a população. Rui Costa deixou claro que a centralidade nas decisões e a verdade devem prevalecer em todas as ações do governo.