Exercícios Físicos e a Prevenção do Câncer

O Instituto Nacional de Câncer (Inca), que faz parte do Ministério da Saúde (MS), divulgou recentemente um comunicado enfatizando a importância dos exercícios físicos na prevenção e controle do câncer. Essa recomendação está alinhada com a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) e destaca que a prática regular de atividades físicas não só melhora a saúde física, mas também traz benefícios para a saúde mental e social das pessoas.

De acordo com o Inca, a prática de exercícios pode ajudar a reduzir o risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, próstata, endométrio, cólon e reto. Essa informação é especialmente relevante, pois muitos ainda acreditam que o repouso é a melhor opção para quem está lidando com a doença. O coordenador de Prevenção e Vigilância do Inca, Fábio Carvalho, explica que a ideia é desmistificar essa crença e mostrar que a atividade física é benéfica para todos, incluindo aqueles que estão em tratamento oncológico.

O Inca também ressalta que existem políticas públicas no Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem atividades físicas para a população. Profissionais de saúde, como fisioterapeutas e nutricionistas, podem ajudar os pacientes a encontrar formas de se exercitar de acordo com suas condições e rotinas diárias.

Dados sobre o Câncer no Brasil

Os números sobre o câncer no Brasil são alarmantes. Em 2023, foram registrados 71.730 novos casos de câncer de próstata, 21.970 de cólon e reto, e 18.020 de traqueia, brônquios e pulmões entre os homens. Para as mulheres, os dados mostram 73.610 novos casos de câncer de mama, 23.660 de cólon e reto, e 17.010 de colo do útero. Além disso, em 2021, o câncer de próstata causou 16.300 mortes entre os homens, enquanto o câncer de mama resultou em 18.139 mortes entre as mulheres.

Fábio Carvalho destaca que a atividade física pode ser uma aliada importante para aqueles que estão em tratamento de câncer. Ela pode ajudar a reduzir a mortalidade relacionada a alguns tipos da doença e também a controlar sintomas como a fadiga oncológica, que é comum entre os pacientes. Além disso, manter o corpo em movimento pode melhorar a qualidade do sono e o estado emocional dos pacientes, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

A Importância da Adaptação

O Inca também enfatiza que a atividade física deve ser adaptada às condições de cada paciente. É importante que a equipe de saúde que acompanha o tratamento esteja ciente de que o paciente irá se exercitar, preferencialmente com a orientação de um profissional de educação física ou fisioterapeuta. Para aqueles que não têm acesso a esses profissionais, Carvalho sugere que pequenas mudanças no dia a dia podem ser muito benéficas.

Por exemplo, caminhar mais, optar por ir a pé a lugares próximos, como a padaria ou o mercado, pode ser uma forma simples de se manter ativo. Mesmo que a pessoa não consiga frequentar uma academia ou participar de atividades físicas organizadas, essas pequenas ações podem trazer grandes benefícios para a saúde.

Carvalho ressalta que, conforme o paciente avança em seu tratamento e se sentir mais confortável, participar de atividades físicas supervisionadas pode ser ainda mais vantajoso. No entanto, ele reforça que mesmo as pequenas mudanças no cotidiano já são suficientes para ajudar na prevenção e no tratamento do câncer.

Conclusão

A mensagem do Inca é clara: exercícios físicos são essenciais não apenas para a prevenção do câncer, mas também para ajudar aqueles que estão em tratamento. A prática regular de atividades físicas pode melhorar a qualidade de vida, reduzir sintomas e até mesmo ajudar na recuperação. Portanto, é fundamental que tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde reconheçam a importância de manter o corpo em movimento, independentemente da situação em que se encontram. Essa abordagem pode fazer uma grande diferença na luta contra o câncer e na promoção da saúde em geral.