Mortes de bebês em hospitais de Leeds podem ter sido evitadas
Mortes de bebês em Leeds levantam preocupações.
Notícia publicada em 19/01/2025 08:57 - #saude
A morte de pelo menos 56 bebês e duas mães em um hospital do NHS em Leeds nos últimos cinco anos pode ter sido evitada, segundo uma investigação da BBC. As unidades de maternidade do Leeds Teaching Hospitals NHS Trust são classificadas como "boas" pelo regulador de saúde da Inglaterra, mas dois denunciantes afirmam que as condições são inseguras. Dados mostram que Leeds tem a maior taxa de mortalidade neonatal do Reino Unido.
Os pais enlutados expressam preocupação com o fato de que o ex-diretor executivo do trust, que estava no cargo durante a maioria das mortes, agora lidera o regulador, o que pode comprometer a independência da investigação. O trust, por sua vez, afirma que a maioria dos partos é segura e que as mortes são raras, mas reconhece que atende a um número elevado de bebês com condições complexas.
Uma análise de dados obtidos pela BBC revelou que, entre janeiro de 2019 e julho de 2024, ocorreram 27 natimortos e 29 mortes neonatais, com revisões internas indicando que problemas de atendimento podem ter contribuído para essas tragédias. Além disso, duas mortes maternas também foram consideradas possivelmente evitáveis.
Os pais, como Fiona Winser-Ramm e Dan Ramm, que perderam sua filha Aliona, relatam falhas graves no atendimento, como atrasos na admissão e na resposta a sinais de alerta durante o parto. Eles pedem uma revisão independente do trust e uma investigação pública para melhorar a segurança materna em todo o país.
A situação é ainda mais preocupante para mães de diferentes etnias, com dados mostrando que mães negras têm quase três vezes mais chances de morrer em comparação com mães brancas. A falta de empatia e o tratamento desigual foram destacados por denunciantes que trabalharam nas unidades, que descrevem um ambiente de trabalho caótico e subdimensionado.
O trust se desculpou pelas experiências negativas e afirmou que está comprometido em melhorar os cuidados, enquanto o regulador de saúde continua a monitorar a situação.