Lua é considerada patrimônio cultural ameaçado

A Lua foi oficialmente incluída na lista de patrimônios culturais ameaçados, uma decisão tomada pelo World Monuments Fund (WMF). Essa medida foi motivada por preocupações sobre o possível saque e destruição de artefatos deixados por missões lunares, como as da Apollo 11. A inclusão da Lua na lista reflete os riscos crescentes associados às atividades comerciais planejadas no espaço, que estão sendo realizadas sem os devidos cuidados de preservação.

Tradicionalmente, a lista do WMF abrange locais culturais vulneráveis na Terra. Este ano, a seleção inclui também o Qhapaq Ñan, um sistema de estradas pré-hispânicas nos Andes, além de áreas na Turquia e no Japão que sofreram danos por terremotos. A presidente do WMF, Bénédicte de Montlaur, destacou que a Lua foi escolhida devido ao aumento das atividades lunares, que podem ameaçar locais históricos, como as pegadas deixadas por Neil Armstrong e Buzz Aldrin.

Recentemente, a SpaceX lançou módulos lunares para pesquisas que visam futuras missões. Desde a década de 1960, apenas cinco países conseguiram pousar na Lua: Estados Unidos, China, Índia, Japão e a antiga União Soviética. Com a expectativa de que viagens privadas à Lua ocorram após a missão Artemis III da NASA, programada para 2027, o WMF expressa preocupação com a possível perturbação de locais históricos.

Montlaur enfatizou a importância de preservar artefatos que representam os primeiros passos da humanidade fora da Terra, como a câmera que registrou o pouso lunar e um disco memorial deixado pelos astronautas. A lista de patrimônios ameaçados também inclui locais em zonas de conflito e áreas em risco devido à crise climática, como o litoral swahili da África e a Ilha de Moçambique, ameaçada pela erosão.