Governador de MT sugere câmeras para juízes e gera polêmica

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, fez uma declaração que gerou grande repercussão entre juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do estado. Durante uma entrevista, ele sugeriu a instalação de câmeras em todos os políticos e magistrados, semelhante ao que ocorre com os policiais. Essa fala foi interpretada como um desrespeito à classe judicial, especialmente após o Tribunal ter autorizado um pagamento de vale-peru de R$ 10 mil para seus magistrados.

O presidente do Tribunal, desembargador José Zuquim Nogueira, criticou a declaração do governador, chamando-a de um "ataque gratuito" às instituições. Ele ressaltou que a comparação entre juízes e policiais é inadequada e que a proposta de câmeras para o Judiciário não se justifica, uma vez que o sistema já garante o devido processo legal e a defesa dos acusados.

Mendes, por sua vez, negou que tenha atacado a magistratura e afirmou que sua fala foi mal interpretada. Ele argumentou que a proposta de câmeras é uma forma de garantir a transparência e a responsabilidade em diversas profissões, incluindo a política. O governador também mencionou casos de corrupção no Judiciário, como o escândalo de venda de sentenças, para justificar sua sugestão.

A Associação Mato-grossense de Magistrados se manifestou contra as declarações do governador, afirmando que elas insinuam comportamentos desonrosos para a classe. A entidade anunciou que tomará medidas legais para proteger a honra dos juízes e desembargadores, pedindo um diálogo respeitoso entre as instituições. A polêmica continua a gerar discussões sobre a relação entre os poderes e a necessidade de respeito mútuo.