Motivo do assassinato de Gritzbach foi sua delação, afirma DHPP
Delação de Gritzbach expôs corrupção e crime organizado.
Notícia publicada em 16/01/2025 21:21 - #sociedade_comportamento
O assassinato de Vinícius Lopes Gritzbach, um delator que foi morto a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro de 2024, teve como principal motivação a sua delação. Essa informação foi confirmada pela delegada Ivalda Aleixo, que é a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo.
Gritzbach fez uma delação que expôs um esquema de corrupção envolvendo policiais e membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante uma coletiva de imprensa, a delegada Ivalda explicou que a delação não apenas revelou a corrupção, mas também identificou os responsáveis pela lavagem de dinheiro dentro da organização criminosa.
Além de delatar policiais, Gritzbach também teria aplicado golpes em alguns membros do PCC. Ele investiu em criptomoedas, mas não conseguiu devolver o dinheiro que havia prometido, o que o deixou em dívida com esses criminosos. A delegada mencionou que, após sua morte, a viúva de Gritzbach não possui dinheiro em espécie, apenas bens que ela terá que vender para sobreviver.
Gritzbach foi executado no dia 8 de novembro de 2024, após ter feito um acordo de delação com o Ministério Público do Estado de São Paulo em março do mesmo ano. O conteúdo da delação é mantido em sigilo, mas, em outubro, o MP enviou à Corregedoria da Polícia trechos que denunciavam policiais civis por extorsão. O delator foi ouvido pela Corregedoria apenas oito dias antes de ser assassinado.
A delegada Ivalda também destacou que o crime foi encomendado e envolveu um pagamento significativo. Ela afirmou que houve uma oferta de dinheiro pela morte de Gritzbach, e que essa informação circulou entre várias pessoas até chegar a um policial militar, que foi preso na quinta-feira, 16 de novembro. O nome do policial ainda não foi divulgado.
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu o policial militar que é suspeito de ter efetuado os disparos que resultaram na morte de Gritzbach. A Secretaria de Segurança Pública informou que tanto policiais da ativa quanto da reserva, além de ex-integrantes da corporação, estavam favorecendo membros do PCC, evitando prisões e prejuízos financeiros para a facção.
Entre os beneficiados por esse esquema estavam líderes do PCC e até pessoas que eram procuradas pela justiça. Os policiais também prestavam escolta clandestina para criminosos, como foi o caso de Gritzbach.
Esse caso levanta questões sérias sobre a relação entre a polícia e o crime organizado, além de evidenciar os riscos que delatores enfrentam ao expor a corrupção e o crime. A morte de Gritzbach é um exemplo trágico de como a delação pode ter consequências fatais, especialmente quando envolve organizações criminosas poderosas como o PCC.
As investigações continuam, e a polícia está em busca de mais informações sobre os envolvidos no assassinato e na proteção de membros da facção criminosa. A sociedade aguarda respostas e ações efetivas para combater a corrupção e a violência que permeiam as instituições de segurança pública.