Gol e Azul assinam acordo para fusão

As ações das companhias aéreas Gol e Azul tiveram um aumento significativo nesta quinta-feira (16), após a assinatura de um memorando de entendimento que pode levar a uma fusão entre as duas empresas. O acordo foi firmado entre a Azul e o Abra Group, principal acionista da Gol. Por volta das 13h30, as ações da Azul subiram 5,67%, alcançando R$ 4,66, enquanto as da Gol aumentaram 5,52%, chegando a R$ 1,72.

Este movimento no mercado é impulsionado pela expectativa de que a fusão trará benefícios para ambas as companhias, que estão em um momento favorável após a redução de suas dívidas. A Gol, que passou por um processo de recuperação judicial, conseguiu um acordo de reestruturação em novembro, enquanto a Azul firmou um acordo com credores em outubro para melhorar sua situação financeira.

Além disso, o governo federal também ajudou as duas empresas a renegociar suas dívidas com a União, o que contribuiu para a recuperação financeira delas. A Azul pagará R$ 1,1 bilhão de uma dívida total de R$ 2,8 bilhões, e a dívida da Gol foi reduzida de cerca de R$ 5 bilhões para R$ 880 milhões.

Entretanto, especialistas alertam que, apesar do otimismo, os investidores devem ter cautela. O Goldman Sachs recomenda que não se compre ou venda ações neste momento, pois a fusão ainda depende de várias aprovações regulatórias e corporativas. Além disso, a fusão pode gerar volatilidade nos preços das ações, refletindo as expectativas do mercado.

A fusão, se concretizada, poderia resultar em uma empresa com cerca de 60% do mercado aéreo, o que também levantaria preocupações sobre a concentração de mercado e a competitividade. Portanto, os investidores devem estar atentos aos riscos envolvidos, incluindo a possibilidade de diluição das ações e a incerteza sobre a estrutura de capital da nova empresa.