Novo presidente do CPB busca melhorar desempenho em Los Angeles
José Freire quer levar Brasil ao top 4 em 2028.
Notícia publicada em 14/01/2025 18:39 - #esportes
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem um novo presidente desde o dia 1º de janeiro. José Antônio Freire, um pernambucano de 60 anos, assume a liderança da entidade com a missão de continuar o trabalho bem-sucedido que o Brasil teve nas últimas Paralimpíadas. Freire, que perdeu a visão aos 15 anos devido a um descolamento de retina, tem uma longa trajetória no paradesporto, tendo sido jogador de futebol de cegos e presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) nos últimos oito anos.
Em uma entrevista à Agência Brasil, José Antônio expressou suas expectativas para a próxima Paralimpíada, que acontecerá em Paris, na França, em 2024. Ele destacou que as modalidades sob a gestão do CPB, como atletismo, natação, halterofilismo e tiro esportivo, tiveram um desempenho excepcional nas últimas competições. O Brasil conquistou um total de 89 medalhas, incluindo 25 de ouro, o que garantiu ao país o quinto lugar no quadro geral de medalhas. A delegação brasileira participou de 20 das 22 modalidades disputadas e subiu ao pódio em 12 delas.
José Antônio Freire acredita que, com o trabalho que foi realizado até agora e o que ainda está por vir, o Brasil pode não apenas manter sua posição entre os cinco primeiros, mas também almejar um quarto lugar nas Paralimpíadas de Los Angeles, que ocorrerão em 2028. Ele ressaltou que seu mandato à frente do CPB é de quatro anos, com a possibilidade de reeleição para mais quatro.
O novo presidente do CPB substitui Mizael Coutinho, que ocupou o cargo nos últimos oito anos. Mizael, que também é bicampeão paralímpico de futebol de cegos, foi vice-presidente do CPB entre 2009 e 2016, quando a entidade era liderada por Andrew Parsons, atual presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). Mizael destacou que o planejamento estratégico desenvolvido em 2017 foi fundamental para os resultados positivos do Brasil nas últimas edições dos Jogos Paralímpicos.
Ele explicou que a missão do CPB foi revisitada, colocando a inclusão no centro das ações da entidade. Desde então, o foco passou a ser a promoção do esporte paralímpico, desde a iniciação até o alto rendimento, além da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Isso resultou em novos programas, como a Educação Paralímpica na Escola, que já capacitou mais de 62 mil professores em todo o Brasil, e os Centros de Referência, que oferecem escolinhas de esporte para mais de nove mil crianças em 74 locais do país.
O novo planejamento estratégico para os ciclos de 2028 e 2032 está em fase de construção e deve ser consolidado até março ou abril deste ano. José Antônio Freire enfatizou a importância de continuar investindo na base do esporte paralímpico, com o objetivo de descobrir novos talentos e manter os atletas que já estão em destaque.
Yohansson Nascimento, campeão olímpico no atletismo e atual vice-presidente do CPB, também continuará em seu cargo por mais um mandato. Ele compartilhou sua experiência, afirmando que aprendeu muito sobre o esporte paralímpico nos últimos quatro anos e que agora suas decisões impactam coletivamente, ao contrário do que acontecia quando era atleta. Yohansson reconheceu os desafios que o Brasil enfrenta, dada sua grande extensão territorial, mas reafirmou a necessidade de levar o esporte paralímpico a todas as regiões do país.
A nova gestão do CPB, sob a liderança de José Antônio Freire, promete dar continuidade ao trabalho que já trouxe resultados expressivos para o Brasil nas competições paralímpicas. Com um foco na inclusão e no desenvolvimento do esporte, a expectativa é que o país continue a brilhar nas próximas edições dos Jogos, especialmente em Paris 2024 e Los Angeles 2028.