Policial é preso após jogar homem de ponte em São Paulo

Policial é preso após jogar homem de ponte.

Policial é preso após jogar homem de ponte em São Paulo

Notícia publicada em 05/12/2024 16:02 - #sociedade_comportamento


A Justiça Militar de São Paulo tomou uma decisão importante nesta quinta-feira, dia 5, ao decretar a prisão do policial militar Luan Felipe Alves Pereira. Ele é acusado de ter jogado um homem de uma ponte durante uma abordagem policial na Cidade Adhemar, na zona Sul da capital paulista, no último domingo, dia 1º. O soldado já foi ouvido pelas autoridades e será levado para o Presídio Romão Gomes.

O pedido de prisão foi feito pela Corregedoria da Polícia Militar na quarta-feira, dia 4, e a Polícia Civil também está investigando o caso, buscando localizar e ouvir a vítima que foi arremessada. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que, assim que tomou conhecimento do incidente, afastou os 13 policiais que estavam envolvidos na ocorrência e iniciou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar a conduta dos agentes.

De acordo com a SSP-SP, a Corregedoria colheu depoimentos dos policiais e está analisando as circunstâncias do caso para entender melhor o que aconteceu. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra o momento em que o policial segura o homem pela camiseta e o empurra para fora da ponte, fazendo com que ele caia no rio.

Demissões na ViaMobilidade

Em um caso relacionado, seis agentes de segurança da ViaMobilidade foram demitidos após a morte de um passageiro na estação Carapicuíba, da Linha 8 – Diamante, no dia 11 de novembro. O incidente ganhou notoriedade na segunda-feira, dia 2, quando um vídeo mostrou Jadson Vitor de Souza Pires, de 31 anos, sendo contido pelos agentes, um dos quais o prensou contra o chão, resultando em sua asfixia.

A ViaMobilidade informou que as demissões ocorreram após uma sindicância interna e a análise do Laudo Pericial do Instituto Médico Legal (IML). A empresa concluiu que os agentes não seguiram o código de conduta e os protocolos de atendimento estabelecidos. Após o ocorrido, a concessionária decidiu reciclar todo o seu quadro de agentes e reforçar a capacitação para lidar com pessoas em situação de vulnerabilidade ou sob efeito de substâncias entorpecentes. Além disso, a empresa aumentou a rigidez nas medidas disciplinares e agora exige justificativas formais sempre que houver necessidade de uso da força.

Agressão a mulher idosa

Outro caso de violência policial foi registrado em Barueri, onde um vídeo mostrou uma mulher de 63 anos sendo agredida por policiais militares. Nas imagens, a idosa é empurrada e chutada, enquanto seu filho, Juarez Higino Lima Junior, de 39 anos, e seu neto, Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, também foram agredidos. A abordagem violenta ocorreu porque pai e filho estavam com uma moto com documentação atrasada, e os policiais tentaram apreender o veículo. Ao resistirem e correrem para a garagem de casa, a situação se agravou, resultando nas agressões.

A SSP-SP afirmou que a Polícia Militar não tolera desvios de conduta e que qualquer ocorrência envolvendo excessos será investigada. O caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar para apuração e as medidas cabíveis.

Críticas à atuação policial

A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, criticou as mortes causadas por policiais militares nos últimos dias, afirmando que são inadmissíveis e indicam que a polícia está descontrolada. Segundo ela, a gestão estadual não se posiciona publicamente sobre esses casos, o que gera uma sensação de impunidade.

Carolina destacou que, embora algumas mortes possam ser justificadas, há um aumento significativo da letalidade policial em São Paulo entre 2022 e 2024, em comparação com um período anterior em que o uso da força era mais controlado. Ela também mencionou que as manifestações do governo estadual contra ações excessivas da polícia só começaram após o incidente do homem jogado da ponte, o que demonstra uma falta de controle sobre a Polícia Militar.

A mudança na cúpula da Polícia Militar, com a troca de policiais mais legalistas por aqueles com uma visão mais operacional, também foi citada como um fator que contribui para essa situação. Além disso, a diretora criticou o enfraquecimento do programa de câmeras corporais e o discurso do governador e do secretário de Segurança Pública, que, segundo ela, acaba autorizando o uso excessivo da força por parte dos policiais.


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