Crise política na França: queda do primeiro-ministro Michel Barnier

A França vive um momento de intensa crise política, culminando na queda do primeiro-ministro Michel Barnier. A moção de desconfiança que resultou em sua saída foi aprovada pelo Parlamento na quarta-feira (4). Essa situação se agravou desde junho, quando o presidente Emmanuel Macron dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições, em resposta ao crescimento da extrema direita no país.

As eleições resultaram em uma frente ampla de partidos de esquerda, mas nenhum grupo conseguiu a maioria absoluta. Isso gerou um impasse político, que levou à nomeação de Barnier em setembro. No entanto, sua gestão não agradou e a crise se intensificou quando ele utilizou um dispositivo constitucional para aprovar o orçamento de 2025 sem votação no Parlamento, o que gerou descontentamento entre os deputados.

A situação se agravou ainda mais com a proposta de um plano de austeridade que previa cortes significativos e aumento de impostos, o que não foi bem recebido. A falta de diálogo e a decisão de aprovar o orçamento sem votação abriram espaço para a moção de desconfiança, que recebeu apoio tanto da esquerda quanto da extrema direita.

Com 331 votos a favor, Barnier se tornou o segundo primeiro-ministro na história da França a ser derrubado por uma moção de censura, e seu mandato foi o mais curto desde a Segunda Guerra Mundial, durando apenas dois meses. Agora, cabe a Macron decidir se irá negociar com os partidos majoritários ou indicar um novo primeiro-ministro, o que pode gerar mais protestos e desgastar ainda mais seu governo.