Natal deve movimentar R$ 69,75 bilhões no varejo em 2023
Expectativa de vendas para o Natal deste ano.
Notícia publicada em 04/12/2024 20:35 - #economia
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou uma previsão otimista para o Natal deste ano, estimando que o varejo brasileiro deve movimentar cerca de R$ 69,75 bilhões em vendas. Esse valor representa um aumento real de 1,3% em relação ao ano anterior, já descontando a inflação. No entanto, é importante destacar que esse número ainda está abaixo do que foi registrado em 2019, quando as vendas de Natal alcançaram R$ 73,74 bilhões.
A análise da CNC mostra que os supermercados e hipermercados devem ser os grandes responsáveis por essa movimentação, representando 45% do total, o que equivale a aproximadamente R$ 31,37 bilhões. Em seguida, as lojas especializadas em vestuário, calçados e acessórios devem contribuir com 28,8% do total, ou seja, R$ 20,07 bilhões. Já os estabelecimentos que vendem artigos de uso pessoal e doméstico devem movimentar cerca de 11,7%, totalizando R$ 8,16 bilhões.
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, comentou sobre a situação atual do consumo. Ele afirmou que, embora haja um crescimento nas vendas, as condições econômicas menos favoráveis, resultantes do aperto monetário iniciado pelo Banco Central em setembro, já estão impactando o consumidor. Isso explica a expectativa de um crescimento menos acentuado em comparação ao ano passado, quando o aumento projetado foi de 5,6%.
Além disso, a CNC também fez uma previsão sobre a contratação de trabalhadores temporários para o período natalino. A expectativa é de que cerca de 98,1 mil funcionários sejam contratados, o que representa uma queda de 2,3 mil em relação ao ano anterior. Fábio Bentes, economista-chefe da CNC, explicou que essa diminuição se deve ao aumento do quadro de funcionários das empresas ao longo do ano, que cresceu cerca de 3% nos últimos 12 meses, resultando na criação de mais de 240 mil vagas. Isso significa que o varejo está menos dependente de contratações temporárias para o Natal.
Para o futuro, a expectativa é que, em 2025, cerca de 8 mil desses trabalhadores temporários sejam efetivados, o que mostra uma tendência de estabilização no mercado de trabalho do varejo.
Outro ponto importante a ser considerado é a desvalorização cambial, que deve impactar os preços dos produtos natalinos. A previsão é de um aumento médio de 5,8% nos preços, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que mede a variação de preços nos 12 meses até dezembro. Os produtos que devem ter os preços mais elevados incluem livros (com um aumento de 12,0%), produtos para a pele (com 9,5%) e alimentos em geral (com 8,3%). Por outro lado, alguns presentes, como bicicletas, aparelhos telefônicos e brinquedos, devem ficar mais baratos, com quedas de 6,2%, 5,5% e 3,5%, respectivamente.
Quando analisamos a movimentação financeira por estados, São Paulo se destaca, com uma previsão de R$ 20,96 bilhões em vendas. Outros estados que também devem ter um bom desempenho incluem Minas Gerais, com R$ 7,12 bilhões, Rio de Janeiro, com R$ 5,86 bilhões, e Rio Grande do Sul, com R$ 4,77 bilhões. Juntos, esses estados representam mais da metade da movimentação financeira prevista pela CNC, totalizando 55,5%.
Os estados do Paraná e da Bahia são os que apresentam as maiores projeções de crescimento nas vendas, com aumentos esperados de 5,1% e 3,6%, respectivamente. Essa expectativa de crescimento é um sinal positivo para o comércio, mesmo em um cenário econômico desafiador.
Em resumo, o Natal deste ano promete ser um período de vendas significativo para o varejo brasileiro, embora ainda esteja aquém dos níveis pré-pandemia. O aumento nas vendas, a contratação de trabalhadores temporários e as variações de preços são fatores que devem ser observados de perto por consumidores e empresários.