Queijo Minas Artesanal é reconhecido como patrimônio imaterial pela Unesco
Queijo Minas Artesanal é patrimônio imaterial da Unesco.
Notícia publicada em 04/12/2024 18:17 - #cultura
A Unesco, que é a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, fez um anúncio importante nesta quarta-feira, dia 4. A entidade decidiu incluir os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal na sua Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade. Essa é uma conquista significativa, pois é a primeira vez que um produto alimentício brasileiro recebe esse título.
O Queijo Minas Artesanal é um alimento tradicional que é produzido em 106 municípios do estado de Minas Gerais. A sua produção remonta a cerca de 300 anos, desde o período colonial, e é feito a partir de leite cru. Essa técnica de produção é uma parte importante da cultura e da história do Brasil, refletindo a sabedoria e as tradições das comunidades que o produzem.
Desde 2008, os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal já eram reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que é uma autarquia ligada ao Ministério da Cultura. O pedido para que a Unesco reconhecesse essa tradição foi feito pelo Iphan em março de 2023 e foi aprovado durante a 19ª Sessão do Comitê Para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, que aconteceu em Assunção, a capital do Paraguai.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comentou sobre a importância desse reconhecimento, afirmando que é “uma maneira muito especial de preservar a nossa memória, a sabedoria do nosso povo.” Essa declaração ressalta o valor cultural e histórico que o Queijo Minas Artesanal representa para a identidade brasileira.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, também fez uma declaração significativa. Ele destacou que o queijo não tem valor apenas como produto, mas que a verdadeira riqueza está nos modos de fazê-lo. Segundo ele, “por trás da história do queijo minas nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar.” Essa afirmação mostra que a produção do queijo está intimamente ligada à vida e à cultura das pessoas que o fazem, e que esse reconhecimento é um passo importante para a valorização dessas comunidades.
Leandro Grass ainda mencionou que esse reconhecimento da Unesco representa um pacto de cuidado e preservação desse bem cultural. Ele expressou a esperança de que essa conquista ajude a projetar o patrimônio mineiro e brasileiro para o mundo. A ministra Margareth Menezes também fez um apelo às comunidades produtoras, dizendo: “Um grande viva às comunidades produtoras do queijo artesanal, este alimento que nos traz tantos saberes, memórias e a preservação da agricultura familiar.”
Além do Iphan e do Ministério da Cultura, o reconhecimento da Unesco foi apoiado por várias outras organizações. A Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) também estiveram envolvidas na reivindicação desse reconhecimento.
Para celebrar essa conquista, o governo de Minas Gerais organizou um evento especial. Nesta noite, a partir das 19h, haverá um pequeno recital com coro e violão no Palácio da Liberdade. Esse evento é uma forma de marcar a importância do Queijo Minas Artesanal, que tem uma profunda conexão com a cultura e a identidade do estado de Minas Gerais.
O reconhecimento do Queijo Minas Artesanal pela Unesco é um marco importante não apenas para Minas Gerais, mas para todo o Brasil. Ele destaca a riqueza da cultura alimentar brasileira e a importância de preservar as tradições que fazem parte da nossa história. Essa conquista é um motivo de orgulho para todos os mineiros e para todos aqueles que valorizam a cultura e a gastronomia do nosso país.