Relatos de Dependência de Pornografia: A Luta de Shaun Flores

Shaun Flores começou a assistir pornografia aos 11 anos, influenciado por um amigo. Hoje, aos 30 anos, ele reflete sobre como esse hábito se tornou uma parte excessiva de sua vida. Para ele, assistir pornografia se tornou tão rotineiro quanto escovar os dentes. "Percebi que havia um problema quando não tinha energia para fazer nada", conta Shaun, que se afastou de atividades como jogar futebol, preferindo ficar em casa consumindo esse tipo de conteúdo.

No Reino Unido, a situação é preocupante. Um relatório de 2024 revelou que 29% dos adultos acessaram pornografia online, e uma pesquisa indicou que 1,8 milhão de britânicos assistem diariamente. Especialistas, como a psicoterapeuta Paula Hall, notaram um aumento significativo no número de pessoas buscando ajuda para lidar com o uso problemático de pornografia, especialmente entre os mais jovens.

No Brasil, um estudo da Universidade de São Paulo mostrou que a maioria dos brasileiros começa a consumir pornografia aos 12 anos, com uma frequência média de 2 a 3 vezes por semana. Lee Fernandes, terapeuta do Grupo UKAT, destaca que a facilidade de acesso à pornografia, especialmente com a tecnologia atual, contribui para o aumento de dependentes. "Depois que você começa, é muito difícil parar", afirma.

Os efeitos negativos do consumo excessivo de pornografia são evidentes, especialmente entre os jovens. Uma pesquisa revelou que 10% das crianças viram pornografia aos nove anos. Rachel de Souza, Comissária da Criança na Inglaterra, alerta que a exposição precoce pode levar a comportamentos sexuais agressivos.

Courtney, outra jovem que começou a assistir pornografia na infância, também compartilha sua experiência. Ela percebeu que a pornografia distorcia suas expectativas sobre sexo, levando-a a uma dependência prejudicial. "Se eu pudesse retroceder o relógio, não teria iniciado", diz ela, ressaltando a importância de uma educação sexual adequada para evitar esses problemas.