Educação ambiental e preservação da Mata Atlântica no Rio de Janeiro
Iniciativas buscam conscientizar sobre a Mata Atlântica.
Notícia publicada em 30/11/2024 11:05 - #meio_ambiente
A educação ambiental é uma ferramenta essencial para aproximar a população da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e ameaçados do Brasil. Recentemente, a educadora ambiental Ríllary Lemos tem se destacado em seu trabalho no Parque Estadual dos Três Picos, localizado na região serrana do Rio de Janeiro. Com a ajuda de estudantes e visitantes, Ríllary realiza testes para verificar a qualidade da água de córregos locais, utilizando métodos simples que ajudam a conscientizar sobre a importância da preservação ambiental.
Durante as atividades, Ríllary explica que os testes incluem a análise de detergentes, oxigênio dissolvido e o pH da água. Esses experimentos não apenas fornecem dados sobre a qualidade da água, mas também servem como uma oportunidade para que as pessoas reflitam sobre o ambiente ao seu redor. Ela enfatiza a importância de observar os rios e a vegetação que os cerca, como a mata ciliar, que é fundamental para a saúde dos ecossistemas aquáticos. Ríllary menciona que, após um episódio de chuvas intensas, muitos locais ficaram degradados devido à falta de vegetação nas margens dos rios, o que ajudou os participantes a entenderem a relação entre a vegetação e a preservação dos recursos hídricos.
O projeto em que Ríllary trabalha, chamado Guapiaçu, é uma iniciativa da Ação Socioambiental (Asa) em parceria com a Petrobras. O projeto não se limita apenas ao reflorestamento, mas também se dedica à educação ambiental, buscando conscientizar a população sobre a importância de cuidar da natureza. A região de Cachoeiras de Macacu, onde o projeto é desenvolvido, é conhecida por seu potencial hídrico, sendo a bacia do rio Guapi-Macacu responsável pelo abastecimento de água de cerca de dois milhões de pessoas em municípios vizinhos.
A gestora do Parque Estadual dos Três Picos, Maria Alice Domingos Picoli, destaca que o objetivo do projeto é fazer com que as pessoas se sintam parte do ambiente e, assim, se tornem mais engajadas na sua preservação. O parque, que é o maior do estado do Rio de Janeiro, abriga uma grande diversidade de flora e fauna, sendo crucial para a conservação da Mata Atlântica, que abriga muitas espécies ameaçadas de extinção. Infelizmente, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, ao longo da história do Brasil, 71,6% desse bioma foi desmatado.
A preservação da Mata Atlântica é uma tarefa coletiva, e Picoli enfatiza a importância de formar parcerias com as comunidades que vivem nas proximidades do parque. A ideia é que todos trabalhem juntos para garantir a proteção desse importante bioma, que não pode ser preservado de forma isolada.
A partir de 2025, a educação ambiental será obrigatória nas escolas de todo o Brasil, conforme a nova Lei 14.926, sancionada em 2024. Essa lei modifica a Política Nacional de Educação Ambiental, que já existia desde 1999, e inclui a necessidade de que as escolas incentivem os alunos a participar de ações que visem a prevenção e a mitigação das mudanças climáticas. O objetivo é que as atividades pedagógicas abordem questões socioambientais e climáticas, preparando os estudantes para os desafios do futuro.
Em Cachoeiras de Macacu, a educação ambiental também se estende a áreas de lazer, como a Prainha do rio Guapiaçu. O reflorestamento realizado pelo projeto Guapiaçu transformou a paisagem, que antes era um pasto, em uma área arborizada, proporcionando um espaço mais agradável para os visitantes. A profissional do lar Angelita Ferraz, que visitou a Prainha após 26 anos, ficou emocionada com a mudança. Ela descreveu a nova paisagem como linda e cheia de sombra, lembrando com carinho dos tempos em que acampava no local.
Essas iniciativas de educação ambiental e reflorestamento são fundamentais para a preservação da Mata Atlântica e para a conscientização da população sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Ao envolver a comunidade e as escolas, projetos como o Guapiaçu buscam garantir que as futuras gerações entendam a importância de preservar a natureza e os recursos hídricos, promovendo um futuro mais sustentável para todos.