Angra 1 recebe licença para operar até 2044
Usina nuclear Angra 1 terá licença renovada.
Notícia publicada em 22/11/2024 09:32 - #energia
A usina nuclear Angra 1, localizada no estado do Rio de Janeiro, recebeu uma importante notícia: a Eletronuclear, empresa responsável pela operação da usina, obteve a renovação da licença de operação por mais 20 anos. Essa autorização foi concedida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e é válida até dezembro de 2044. Essa renovação é um marco significativo para a energia nuclear no Brasil, pois garante a continuidade da operação de uma das principais fontes de energia do país.
O investimento necessário para a modernização e manutenção da usina será de R$ 3,2 bilhões entre os anos de 2023 e 2027. Esse valor será dividido em quatro parcelas, sendo aproximadamente R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos (de 2023 a 2026) e R$ 320 milhões em 2027. Esse investimento é fundamental para garantir que a usina continue operando de forma segura e eficiente, atendendo às exigências do órgão regulador e modernizando suas instalações.
O processo para a extensão da vida útil de Angra 1 começou em 2019, quando a Eletronuclear fez a solicitação formal para a renovação da licença. Desde então, a empresa formou um grupo de trabalho dedicado a atender todas as exigências da CNEN e a realizar uma modernização completa da usina. Essa iniciativa demonstra o compromisso da Eletronuclear com a segurança e a eficiência operacional da usina.
A renovação da licença de Angra 1 é considerada uma das principais conquistas da Eletronuclear, que também está focada em retomar a construção de Angra 3. No entanto, a continuidade desse projeto depende de uma decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A expectativa é que a construção de Angra 3 possa avançar, contribuindo ainda mais para a matriz energética do Brasil.
O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, expressou sua satisfação com a renovação da licença. Ele fez uma comparação entre Angra 1 e usinas nucleares nos Estados Unidos, que já receberam autorização para operar por até 80 anos. Lycurgo ressaltou o trabalho realizado pela equipe técnica da empresa nos últimos cinco anos, o que foi crucial para a obtenção dessa licença.
A usina Angra 1, que entrou em operação comercial em 1985, utiliza um reator de água pressurizada (PWR), que é o tipo mais comum de reator nuclear no mundo. Com uma capacidade de 640 megawatts, a usina é capaz de fornecer energia suficiente para atender uma cidade com 2 milhões de habitantes e opera ininterruptamente, abastecendo o sistema elétrico nacional.
Em 2023, Angra 1 gerou 4,78 milhões de MWh de energia. O fator de carga, que mede a eficiência da usina, foi de 88,24% nos últimos cinco anos. Isso significa que a usina operou como se estivesse funcionando em sua capacidade máxima durante 322 dias por ano. Esses números demonstram a eficiência e a importância da usina para a matriz energética do Brasil.
Angra 1 foi adquirida da empresa americana Westinghouse em um modelo conhecido como turn key, que é um pacote fechado que não incluía a transferência de tecnologia. No entanto, a Eletronuclear acumulou uma vasta experiência ao longo dos anos, superando indicadores de eficiência de usinas similares. Essa experiência permite que a empresa desenvolva um programa contínuo de melhoria tecnológica, incorporando inovações da indústria nuclear.
A renovação da licença de Angra 1 é um passo importante para a energia nuclear no Brasil, que busca se consolidar como uma fonte de energia segura e eficiente. Com a modernização da usina e a expectativa de avanço na construção de Angra 3, o país pode fortalecer ainda mais sua matriz energética, garantindo um fornecimento de energia confiável para a população.