Policiais são investigados por ligação com delator do PCC
Investigação revela rede de empresas de policiais.
Notícia publicada em 17/11/2024 21:05 - #política
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, em conjunto com o Ministério Público, está investigando uma rede de empresas que estão ligadas a policiais mencionados na delação de Antônio Vinícius Gritzbach, um empresário que foi assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo. Gritzbach, que era delator do PCC, foi morto a tiros no dia 8 de novembro, apenas oito dias após denunciar práticas de extorsão por parte de delegados e investigadores.
A investigação revelou que um dos policiais citados na delação, que recebe um salário líquido de R$ 5.504,70, é o verdadeiro proprietário da Baronesa Motors, uma concessionária de veículos de luxo. A empresa foi registrada em julho de 2022, e o policial transferiu sua participação para a esposa em março de 2023. Além disso, a esposa também é sócia de uma construtora em Bragança Paulista.
Outro policial mencionado, que ganha R$ 7.337,17 por mês, é dono de uma construtora e de uma clínica de estética. A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública investiga pelo menos 13 policiais, incluindo oito da Polícia Militar que faziam a escolta de Gritzbach e cinco da Polícia Civil que foram denunciados por corrupção.
O caso está sendo tratado como homicídio, lesão corporal e localização e apreensão de objetos. Gritzbach, que respondia a processos por homicídio e lavagem de dinheiro, havia feito uma delação premiada que poderia reduzir suas penas. Em sua delação, ele revelou que um advogado do PCC ofereceu R$ 3 milhões a um policial civil para matar o empresário, além de relatar que agentes de segurança exigiram R$ 40 milhões para não investigá-lo.
Até o momento, os assassinos de Gritzbach não foram identificados ou presos, e a investigação continua em andamento para esclarecer todos os detalhes do crime e as conexões entre os policiais e as empresas.