Estudo revela desigualdade no serviço público entre cidades brasileiras
Estudo mostra disparidades em serviços públicos.
Notícia publicada em 07/11/2024 08:02 - #sociedade_comportamento
Um novo estudo chamado Desafios da Gestão Municipal 2024 analisou as diferenças no desempenho dos serviços públicos em 100 dos maiores municípios do Brasil. O estudo, realizado pela consultoria Macroplan, focou em áreas essenciais como saúde, educação, saneamento e segurança. Os resultados mostram que as cidades das regiões Sudeste e Sul do país se destacam positivamente em comparação com as demais regiões, especialmente o Norte e o Nordeste.
O estudo avaliou indicadores importantes, como a taxa de mortalidade por habitante, o número de crianças matriculadas nas escolas e o acesso a atendimentos pré-natais. Esses dados foram utilizados para criar um índice que mede a eficácia das políticas públicas em cada município. A pesquisa é a sexta edição do estudo e pode ser consultada publicamente.
As cidades analisadas representam cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, mas enfrentam desafios específicos. Os 25 municípios com melhor desempenho estão localizados principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Entre eles, Maringá, no Paraná, ocupa a primeira posição, seguida por Franca e Jundiaí, ambas em São Paulo, Uberlândia em Minas Gerais e Curitiba, também no Paraná.
Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste têm 16 cidades entre as 25 com pior desempenho no ranking. O estado do Rio de Janeiro também se destaca negativamente, com seis cidades na lista das piores, sendo que cinco delas estão na Baixada Fluminense. As últimas posições do ranking são ocupadas por Nova Iguaçu, Porto Velho, Belford Roxo, Duque de Caxias e Macapá. A diferença de pontuação entre a cidade melhor classificada e a pior é significativa, com Maringá alcançando um índice de 0,765 e Macapá apenas 0,403. Essa discrepância indica que, mesmo com populações semelhantes, a qualidade dos serviços públicos pode variar drasticamente.
A coordenadora do estudo, Adriana Fontes, que também é diretora de estudos e dados da Macroplan, comentou sobre os resultados. Ela destacou que o Brasil é conhecido por sua elevada desigualdade, que se reflete no desempenho dos municípios. Segundo ela, o estudo revela que municípios com tamanhos populacionais semelhantes podem ter resultados muito diferentes. Para melhorar essa situação, é fundamental que as cidades adotem uma gestão baseada em evidências, colaborem com outros níveis de governo e aprendam com as boas práticas de outras localidades. Isso ajudaria a evitar desperdícios de recursos e a reduzir as desigualdades existentes.
Os indicadores utilizados no estudo foram coletados entre 2010 e 2023, criando um índice que segue critérios semelhantes ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O estudo acompanhou a evolução dos dados municipais ao longo das últimas cinco gestões. A maioria das cidades analisadas está na Região Sudeste, com 30 municípios em São Paulo, que é a unidade federativa mais representada. Em contrapartida, estados como Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins tiveram apenas suas capitais avaliadas. A cidade de Brasília, no Distrito Federal, não foi incluída na pesquisa.
Esses dados são importantes para entender como as políticas públicas estão sendo implementadas e quais áreas precisam de mais atenção e investimento. O estudo serve como um alerta para que gestores públicos busquem soluções eficazes e equitativas, visando melhorar a qualidade de vida da população em todas as regiões do Brasil.