Neuropsicólogo estuda a relação entre fé e cérebro
Estudo investiga como a fé afeta o cérebro humano.
Notícia publicada em 06/11/2024 10:10 - #saude
O neuropsicólogo Jordan Grafman está liderando uma pesquisa inovadora sobre a relação entre a fé e o cérebro humano. Ele acredita que a neurociência das crenças pode revelar como as crenças religiosas influenciam a saúde e o bem-estar das pessoas. Grafman, que é professor na Northwestern University nos Estados Unidos, firmou uma parceria com a Ciência Pioneira, uma instituição do IDOR, para criar um centro virtual de pesquisa que envolve cientistas brasileiros e internacionais.
Grafman defende que a fé não deve ser um tabu na ciência. Em um artigo publicado na revista Nature, ele argumenta que os neurocientistas devem se sentir à vontade para estudar a religião e suas implicações no cérebro. Ele afirma que "Deus existe no cérebro" e que essa afirmação pode ser explorada cientificamente. O objetivo da pesquisa não é promover ou desmascarar a fé, mas entender como as crenças são processadas no cérebro e como elas afetam o comportamento humano.
O novo centro de pesquisa se concentrará em temas como a cognição religiosa e as bases cerebrais das crenças. Grafman acredita que a fé pode ter um impacto positivo na saúde mental, ajudando a reduzir a ansiedade e o estresse. Ele explica que, mesmo pessoas que se identificam como ateias têm representações de Deus em seus cérebros, devido à exposição a essas ideias ao longo da vida.
A pesquisa também busca entender como as crenças religiosas podem se relacionar com outras crenças, como as políticas. Grafman sugere que a ativação de redes cerebrais associadas à religião pode influenciar crenças políticas e vice-versa. Essa abordagem inovadora pode abrir novas portas para a compreensão do papel da fé na vida das pessoas e seu impacto na sociedade.