Torcida do Palmeiras se defende após emboscada contra cruzeirenses

Neste último domingo, 27 de outubro, um trágico incidente ocorreu na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo. Um ônibus da torcida organizada Máfia Azul, do Cruzeiro, foi alvo de uma emboscada que resultou na morte de um torcedor e deixou cerca de 20 pessoas feridas. O torcedor falecido foi identificado como José Victor de Miranda, de 30 anos. Ele e outros torcedores estavam retornando de Curitiba, onde o Cruzeiro havia perdido para o Athletico Paranaense por 3 a 0 no Campeonato Brasileiro no dia anterior.

A principal torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alvi Verde, se manifestou oficialmente nas redes sociais na manhã de segunda-feira, negando qualquer envolvimento no ataque. Em sua nota, a torcida expressou profunda lamentação pelo ocorrido e ofereceu solidariedade aos familiares da vítima. A Mancha Alvi Verde enfatizou que não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada ao incidente, destacando que não pode ser responsabilizada por ações de um pequeno grupo de torcedores que não representam os valores da torcida.

A nota da torcida afirmava: "Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos". Além disso, a Mancha Alvi Verde reafirmou seu compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores, colocando-se à disposição das autoridades para colaborar nas investigações.

De acordo com relatos e vídeos que circulam nas redes sociais, a emboscada pode ter sido uma retaliação a um ataque anterior realizado por torcedores do Cruzeiro contra a torcida do Palmeiras em 2022. Essa dinâmica de rivalidade entre torcidas organizadas é um problema recorrente no futebol brasileiro, onde a violência muitas vezes se torna um tema central.

O corpo de José Victor de Miranda deve ser levado para Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde será velado e sepultado. O laudo necroscópico, que determinará a causa exata da morte, ainda não foi concluído.

As investigações sobre o ataque estão sendo conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As autoridades estão buscando identificar os torcedores da Mancha Alvi Verde que podem ter participado do ataque ao ônibus da Máfia Azul. A Polícia Civil de São Paulo está considerando a possibilidade de que os envolvidos respondam por crimes como homicídio, incêndio, associação criminosa e lesão corporal.

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, se manifestou sobre o caso, afirmando que a morte e os ataques a torcedores do Cruzeiro são inaceitáveis. Ele destacou que o Ministério Público de São Paulo está trabalhando em conjunto com as autoridades para identificar e punir os responsáveis. Em sua declaração, Soares afirmou: "Futebol é alegria. Esses falsos torcedores são criminosos e não representam a torcida do Palmeiras, de tantas glórias".

A intervenção do Gaeco no caso foi determinada pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que expressou preocupação com o fato de que algumas torcidas organizadas atuam como facções criminosas. Ele ressaltou a necessidade de uma resposta adequada a episódios de violência que afetam a segurança pública e a convivência pacífica na sociedade.

Esse incidente trágico levanta questões importantes sobre a segurança nos eventos esportivos e a necessidade de medidas mais eficazes para prevenir a violência entre torcidas. A rivalidade entre torcidas organizadas, que muitas vezes se transforma em confrontos violentos, é um problema que precisa ser abordado com seriedade pelas autoridades e pela sociedade em geral. O futebol, que deveria ser uma fonte de alegria e união, acaba se tornando um cenário de tragédias e conflitos, o que é inaceitável.