Degradação Florestal na Amazônia Atinge Níveis Alarmantes em Setembro

A degradação florestal na Amazônia cresce alarmantemente.

Degradação Florestal na Amazônia Atinge Níveis Alarmantes em Setembro

Notícia publicada em 27/10/2024 09:32 - #meio_ambiente


A Amazônia Legal, uma das maiores florestas tropicais do mundo, enfrenta um momento crítico. Em setembro de 2024, a degradação florestal na região atingiu 20.238 quilômetros quadrados (km²), um número alarmante que representa um aumento de 1.402% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, quando a degradação foi de apenas 1.347 km². Esse aumento é o maior registrado em um único mês nos últimos 15 anos, segundo dados do Imazon, um instituto de pesquisa que monitora a situação ambiental da Amazônia.

A degradação florestal refere-se ao processo de deterioração do meio ambiente, que pode ser causado por ações humanas, como queimadas e extração de madeira, ou por fatores naturais. O desmatamento, por outro lado, é a remoção total da vegetação. Ambos os processos têm um impacto devastador sobre a fauna e a flora da região.

Os dados são coletados por meio de imagens de satélite desde 2008, e o Imazon destaca que setembro é um mês em que as queimadas costumam aumentar devido ao clima mais seco. No entanto, os números de 2024 são extremamente preocupantes. A pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon, afirmou que a maioria dos alertas de degradação foi causada pela intensificação dos incêndios florestais, que estão diretamente relacionados à ação humana e à seca severa que afeta a região.

Além disso, setembro de 2024 foi o quarto mês consecutivo em que as áreas degradadas aumentaram, resultando em um total acumulado de 26.246 km² desde janeiro, o maior número registrado nos últimos 15 anos. O recorde anterior para o mesmo período era de 6.869 km², em 2022.

Estado do Pará em Foco

O estado do Pará foi o mais afetado, concentrando 57% das áreas degradadas na Amazônia em setembro de 2024. A degradação no Pará saltou de 196 km² em setembro de 2023 para 11.558 km² no mesmo mês de 2024, um aumento quase 60 vezes maior. Entre os municípios que mais contribuíram para essa degradação estão São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte e Novo Progresso.

Outros estados também apresentaram números significativos de degradação, como Mato Grosso (25%), Rondônia (10%) e Amazonas (7%). Em Rondônia, a degradação aumentou de 50 km² em setembro de 2023 para 1.907 km² em setembro de 2024, um crescimento de 38 vezes.

O coordenador do programa de Monitoramento da Amazônia, Carlos Souza Jr, destacou que, apesar da proibição do uso do fogo decretada em setembro, é essencial que essa decisão seja acompanhada de fiscalização rigorosa para que seja realmente eficaz.

Terras Indígenas e Unidades de Conservação

O Pará também abriga sete das dez unidades de conservação mais degradadas. Entre as terras indígenas, a Kayapó é a mais afetada, com 3.438 km² de degradação, representando 17% de toda a área degradada na Amazônia em setembro. Larissa Amorim enfatizou que a degradação em terras indígenas é um sinal de que as medidas para conter o fogo não estão sendo suficientes, o que compromete a biodiversidade local e afeta diretamente as populações tradicionais que dependem da floresta para sua subsistência.

Aumento do Desmatamento

Além da degradação, o desmatamento também cresceu em setembro de 2024, marcando o quarto mês consecutivo de alta. Um total de 547 km² foi desmatado, o que equivale à perda de 1.823 campos de futebol por dia. No acumulado de janeiro a setembro, a área desmatada foi de 3.071 km², a oitava maior da série histórica.

A maior parte do desmatamento ocorreu em áreas privadas (61%), seguidas por assentamentos (30%), unidades de conservação (7%) e terras indígenas (2%). O Pará liderou o desmatamento com 52% do total, seguido pelo Amazonas (16%) e Acre (15%).

A Necessidade de Ação

Carlos Souza ressaltou a urgência de investir em ações eficazes para proteger a Amazônia, como o fortalecimento dos órgãos de fiscalização ambiental. Ele acredita que isso é fundamental para combater as mudanças climáticas e proteger a biodiversidade e as comunidades que habitam a floresta. Além disso, é necessário buscar alternativas para mitigar os impactos das queimadas já ocorridas, tanto na cobertura florestal quanto nas populações locais.

A situação da Amazônia é alarmante e requer atenção imediata de todos os setores da sociedade, pois a preservação dessa rica biodiversidade é essencial para o equilíbrio ambiental e para a sobrevivência das comunidades que dependem dela.


Wiki: Amazônia (região)
A Amazônia é uma vasta região geográfica localizada na América do Sul, abrangendo partes de nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e França (Guiana Francesa). É conhecida por sua rica biodiversidade e por ser a maior floresta tropical do mundo, desempen... Ver wiki completa