Análise do filme "A Substância": Uma nova visão sobre contos de fadas
Filme explora a busca pela beleza feminina.
Notícia publicada em 27/10/2024 00:17 - #entretenimento
O filme "A Substância", dirigido por Coralie Fargeat, tem gerado debates por suas metáforas e simbolismos. A obra é uma reinterpretação sombria dos contos de fadas, focando na feminilidade e nos impactos dos padrões de beleza. Ao invés de um romance tradicional, a narrativa apresenta uma visão brutal da busca pela perfeição feminina.
A produção faz referências a princesas da Disney, mas de forma distorcida. A protagonista, Elisabeth, interpretada por Demi Moore, se conecta com a Branca de Neve através de um espelho que simboliza a busca incessante por beleza. Essa comparação com a Rainha Má, que se sente ameaçada pela beleza de outra, reflete a insegurança feminina. Por outro lado, Sue, interpretada por Margaret Qualley, traz à mente a Cinderela, especialmente com seu vestido azul, mas a história revela a transitoriedade da beleza e da juventude, simbolizada pela troca de corpos a cada sete dias.
O filme também critica as expectativas sociais sobre as mulheres. Elisabeth, como a “matriz”, vive a pressão de se manter jovem e bonita, enquanto a narrativa mostra que a rainha má um dia foi uma princesa, perdida em sua própria imagem. A frase impactante de Dennis Quaid, que diz a Sue que “meninas bonitas devem sempre sorrir”, reforça as expectativas de feminilidade e beleza que permeiam as histórias de princesas.
Visualmente, "A Substância" cria um ambiente que mistura glamour e medo, com uma direção eficaz de Fargeat e atuações marcantes do elenco. Com sua estreia no festival de Cannes, o filme não apenas critica os ideais de beleza, mas também oferece uma narrativa envolvente que desafia a audiência a repensar os contos de fadas tradicionais.