Dólar atinge R$ 5,65 com queda do petróleo e tensões eleitorais nos EUA

Recentemente, o dólar comercial teve um aumento significativo, fechando a terça-feira (15) a R$ 5,657, o que representa uma alta de 1,33% em relação ao dia anterior. Este é o maior valor da moeda norte-americana em mais de dois meses, desde 4 de agosto, quando chegou a R$ 5,74. O aumento do dólar é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a queda no preço do petróleo e as tensões políticas nos Estados Unidos, especialmente relacionadas às eleições.

O dia começou com a cotação do dólar relativamente estável, mas a situação mudou rapidamente após a abertura dos mercados nos Estados Unidos. Por volta das 14h, a moeda chegou a atingir R$ 5,66. Em outubro, a moeda já acumula uma alta de 3,85% e, em 2024, a alta totaliza 16,57%.

No mercado de ações, o índice Ibovespa, que representa a bolsa de valores brasileira, também enfrentou um dia de volatilidade. Apesar de ter caído durante a maior parte da sessão, o índice conseguiu fechar com uma leve alta de 0,03%, alcançando 131.043 pontos. As ações de empresas voltadas para o consumo interno e de bancos ajudaram a compensar a queda nas ações de petroleiras e mineradoras, que foram impactadas pela diminuição nos preços das commodities.

Um dos principais fatores que contribuíram para a alta do dólar foi a queda no preço internacional do petróleo. O barril do tipo Brent caiu 1,7%, sendo negociado a US$ 74,52, após ter alcançado US$ 80 nos dias anteriores. Essa queda se deve, em parte, à informação do governo de Israel de que não pretende atacar a infraestrutura petrolífera do Irã. Embora a redução no preço do petróleo possa beneficiar os consumidores, ela também pressiona grandes produtores, como o Brasil, que dependem da exportação de commodities.

Outro fator que influenciou o aumento do dólar foi a desaceleração econômica na China, que é o principal comprador do minério de ferro, um produto crucial para as exportações brasileiras. A queda na cotação do minério de ferro também reflete a situação econômica da China, que está enfrentando desafios significativos.

Além disso, as tensões políticas nos Estados Unidos, especialmente relacionadas às eleições, também tiveram um impacto considerável. O ex-presidente Donald Trump fez declarações em uma entrevista, sugerindo um aumento significativo nas tarifas para produtos estrangeiros caso seja reeleito. Essa proposta de aumento do protecionismo pode prejudicar as exportações brasileiras para os Estados Unidos, resultando em uma retração no comércio global.

Esses fatores combinados criaram um ambiente de incerteza para os mercados emergentes, incluindo o Brasil. A alta do dólar e a volatilidade no mercado de ações refletem a complexidade da situação econômica global e as interações entre diferentes mercados e políticas.

Em resumo, o aumento do dólar para R$ 5,65 é um reflexo de uma série de pressões internacionais, incluindo a queda no preço do petróleo e as tensões eleitorais nos Estados Unidos. Enquanto isso, a bolsa de valores brasileira conseguiu se manter estável, apesar das dificuldades enfrentadas por setores específicos da economia. O cenário continua a ser monitorado de perto, pois as condições econômicas e políticas podem mudar rapidamente, afetando tanto o mercado de câmbio quanto o mercado de ações.