Arminio Fraga propõe mudanças no SUS

O economista Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, defende uma revisão do modelo do SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil. Ele acredita que não é viável retornar ao modelo original do sistema, que foi inspirado no modelo britânico. Em vez disso, Fraga sugere que o país adote um modelo mais híbrido, inspirado em sistemas de saúde de países europeus.

Fraga destaca que, em muitos países da Europa, todos os cidadãos devem ter um seguro de saúde. Se alguém não puder pagar, o governo cobre os custos. Ele acredita que a gestão dos serviços de saúde deve ser mais privatizada, permitindo que o Estado se concentre em financiar os custos, enquanto a gestão pode ser delegada a empresas privadas.

Atualmente, o Brasil destina cerca de 4% do PIB para o SUS, que atende 75% da população, enquanto 6% vão para a saúde privada, que cobre os 25% restantes. Fraga sugere que os setores público e privado da saúde precisam dialogar e trabalhar juntos para resolver problemas comuns, o que poderia incluir uma governança única.

Ele também menciona que o discurso de austeridade fiscal não é mais suficiente para resolver os problemas de financiamento do SUS. Fraga argumenta que o Brasil precisa de um ajuste de prioridades em seus gastos públicos, que atualmente são majoritariamente direcionados à Previdência e à folha de pagamentos.

Além disso, ele acredita que a regionalização da saúde pode trazer mais eficiência ao sistema, permitindo que os estados e municípios economizem recursos e os reinvistam na saúde. Fraga cita exemplos de estados que conseguiram reduzir gastos significativamente através de uma gestão mais eficiente.

Por fim, ele ressalta que, embora o SUS tenha suas dificuldades, há espaço para melhorias e que o Brasil deve buscar um modelo que atenda melhor às suas necessidades atuais, levando em conta a realidade econômica do país.